De tempos em tempos, surge algo que transforma a publicidade, a forma de consumo e possíveis canais de interação das pessoas. Assim como a televisão e o rádio foram essenciais no século passado, as redes sociais, os portais e, agora, o metaverso, apresentam um novo paradigma em se tratando de marketing digital, relações sociais e de compra.

Em meio a todas essas mudanças, um fator comum permanece. É o fato de que as empresas que sabem como se aproximar dos usuários e fazem uso da vantagem do pioneirismo podem se beneficiar e estar um passo à frente da concorrência. 

O metaverso, em particular, é uma tendência tecnológica que tem o potencial de mudar novamente a forma como todo o mercado, anunciantes e consumidores, enxergam o marketing e se deparam com ações publicitárias, por exemplo, que estará cada vez mais imersiva.

Uma grande mudança

A aparência dos anúncios, os canais em que são distribuídos e a forma como as pessoas os percebem (e até interagem com eles) hoje são drasticamente diferentes do que se via até o final do século XX. 

É seguro dizer que eles são diferentes de um ano atrás também, simplesmente porque as plataformas dedicadas às redes sociais se mostram como um gerador de tendências, origens, estilos e mudanças no discurso com o público.

Felizmente, os canais de rede social também são um lugar em que as marcas podem identificar o público exato que precisam alcançar, criando ações mais específicas e segmentadas, o que melhora a experiência de todos.

Assim, o sucesso dos anúncios em constante mudança também pode ser medido com mais facilidade.

De olho nessa nova “vida social”, está se inserindo o metaverso, um ambiente que tem como intuito integrar ainda mais o ambiente físico e digital, criando experiências exclusivas.

Com isso, entende-se que as empresas poderão apresentar novos produtos e serviços de forma otimizada, além dos consumidores poderem comprar produtos digitais e reais, utilizando a moeda corrente nesse ambiente e no mundo real.

A ideia básica por trás do metaverso

De forma consistente, o metaverso pode ser explicado de uma maneira simples, desde que inclua uma experiência digital na internet que seja:

• Imersiva;
• Persistente;
• Tridimensional (3D);
• Virtual.

Ou seja, não está inteiramente ligada ao mundo físico. 

Com isso, as experiências do metaverso oferecem a oportunidade de enxergar um projeto elétrico residencial, jogar, trabalhar, conectar ou comprar nesse novo ambiente, tornando as ações ainda mais divertidas, com a aquisição de bens de consumo que podem ser reais ou  não.

Contudo, cabe ter atenção ao fato de que, talvez, também seja um equívoco dizer “o metaverso” como se fosse um universo que não oferece alterações, conectado ou mesmo interoperável. 

Cada organização que cria um mundo virtual pode o fazer com o próprio acesso, associação, direitos de monetização e formatos de expressão criativa, de modo que as especificações técnicas e comerciais específicas sejam atendidas, mas também podendo variar de espaço para espaço.

Mais ainda, devido a velocidade no ambiente digital e a implementação de novas tecnologias, não é difícil imaginar potenciais mudanças e novas oportunidades que surgirão conforme o ambiente for utilizado.

Muitas empresas já estão moldando o cenário, com organizações focadas em segmentos como entretenimento e jogos, liderando o caminho, além de já testarem formas mais interativas de publicidade em outros ambientes (como jogos online), o que também traz vantagem ao adequar a esse ambiente.

Os principais títulos de jogos para console e computador normalizaram o jogo e a socialização com pessoas em ambientes virtuais. 

Plataformas de jogos mais recentes permitem que as pessoas criem e joguem em mundos imersivos criados, e muitas vezes monetizados, pelos usuários. 

Decentraland, por exemplo, é um mundo virtual 3D inteiro de propriedade dos usuários, permitindo que eles criem estruturas virtuais, desde parques temáticos a galerias, e depois cobram dos usuários para visitá-los, tudo com tecnologia blockchain Ethereum. 

Outras empresas, como MetaVRse e Unity, estão criando mecanismos para impulsionar marcas e estúdios de jogos e acelerar o desenvolvimento de criação de conteúdo AR (Augmented Reality) e VR (Virtual Reality), ou seja, realidade aumentada e realidade virtual, respectivamente.

Por que o metaverso é lucrativo para o marketing?

Existem algumas razões pelas quais o marketing digital, quando ele passa para o metaverso, pode se tornar uma opção (ainda mais) lucrativa para as marcas e empresas, como clínicas que oferecem cirurgia de catarata preço ou mesmo grandes redes alimentícias.

O primeiro é o fator novidade. Como o metaverso em si é um conceito novo, que está se desenhando, o marketing e a publicidade no metaverso podem oferecer às marcas uma vantagem de pioneirismo, sendo os primeiros a criarem até mesmo ações mais simples. 

Além disso, os custos de execução de campanhas no metaverso ainda são muito menores do que os meios tradicionais.

A segunda razão principal é o fato de que o marketing no metaverso oferece às marcas a oportunidade de atingir o público da geração millenium e a geração Z, que cada vez mais se tornam foco das estratégias e campanhas de marca, movimentado  mercado (principalmente considerando o tempo de maturação do metaverso).

Atualmente, existem milhões de usuários que jogam games baseados em imersão, e isso será ampliado. Assim, as marcas poderão atingir essa grande base de usuários, que só aumentará no futuro próximo.

O terceiro maior motivo é o fato de oferecer formas inovadoras para as marcas planejarem campanhas de marketing. 

Eles não são restringidos pelas leis regulares da física. Por conta disso, uma empresa pode comercializar um spray drying para o setor industrial a partir de novas perspectivas e experiências.

O marketing no metaverso mudará a maneira como as pessoas percebem a publicidade, mesmo com o digital atingindo novos patamares a cada dia que passa.

Por exemplo, os maiores ambientes interativos atuais, como Fortnite e Roblox, dois jogos presentes em computadores, videogames e até mesmo dispositivos móveis, oferecem às marcas a oportunidade de anunciar produtos de uma maneira que antes não era possível, inserindo vestimentas e cenários personalizados, por exemplo. 

Isso agrega diversas possibilidades ao metaverso.

O equilíbrio do marketing digital no metaverso

Para a empresa que decidir comercializar no mundo real e no metaverso, a chave do sucesso está em manter a imagem da marca e a qualidade das experiências, independentemente do ambiente.

Assim, o foco deve estar na curadoria de conteúdo que exibe a marca. 

Por exemplo, marcas de roupas e calçados podem usar o metaverso para ajudar as pessoas a atualizar os avatares no mundo virtual. 

Da mesma forma, é importante que os profissionais de marketing entendam como podem retratar a marca e criar uma comunidade virtual em torno de assuntos particulares, como cirurgia de vesícula ou qualquer outro tipo de intervenção médica, ou especialidades afins – sem infringir normas do setor.

Organizar eventos no metaverso pode ser uma ótima maneira de se conectar com o público certo, principalmente para marcas que se relacionam a determinados estilos de vida. 

Por isso toda empresa deve considerar hospedar eventos online no metaverso, tanto utilizando a realidade virtual quanto a realidade aumentada e verificar como poderá se posicionar da melhor forma frente ao seu público – bem como entender como estes se comportam.

Como as marcas podem comercializar no metaverso?

Conforme apresentado anteriormente, o metaverso oferece às marcas diferentes maneiras, muitas delas inovadoras, para a implementação de campanhas de marketing. 

Por isso é importante identificar as diferentes formas de como as marcas podem comercializar no metaverso.

1. Vincule o marketing digital a eventos da vida real

As marcas podem criar experiências de marketing que se relacionam com experiências do mundo real no digital.

Essas campanhas são executadas paralelamente às campanhas que são encontradas em outdoors e busdoors, painéis urbanos e outros elementos físicos disponíveis em espaços físicos comuns ao dia a dia de um consumidor.

Exemplo para ilustrar as possibilidades de forma mais simples, sendo uma ação já conhecida, é o uso de QR em algumas estruturas para redirecionar potenciais clientes a sites e páginas específicas.

1. Publicidade virtual

As marcas também podem aproveitar a publicidade virtual no metaverso, como o uso de outdoors virtuais para exposição do centro de usinagem de uma planta fabril em construção após tratativa com a plataforma ou com o ambiente em que será hospedado.

Outro exemplo, uma empresa de tecnologia de anúncios de videogame pode ajudar as corporações a inserir anúncios em um jogo de videogame. O mesmo pode ser usado no metaverso criando anúncios imersivos e experimentais.

As marcas podem criar instalações virtuais no metaverso, sendo que os usuários podem interagir. 

Essas instalações dinâmicas oferecem muito mais dinamicidade e uma experiência “sensorial” e positiva, em comparação com anúncios simples.

1. Oferecer colecionáveis

As pessoas adoram colecionar. Assim, o mesmo pode ser aplicado no metaverso. 

As marcas podem oferecer itens, ativos ou tokens digitais de edição limitada, para que os usuários possam mostrar a outros usuários no metaverso ou como insígnias para destacar conquistas no ambiente.

Nesse sentido, um tênis de uma marca famosa, ou uma blusa com estampa exclusiva para o metaverso, a partir de ideias criativas de desenvolvedores de produtos, podem ser oferecidos como brindes personalizados dentro do mundo virtual e, se o cliente gostar, pode comprar em uma loja física também, conforme a ação idealizada pela marca.

2. Campanhas de influenciadores virtuais

Semelhante à forma como as marcas atualmente se associam e se envolvem com as comunidades existentes, elas também podem fazer isso no metaverso. 

Os princípios existentes do marketing de influenciadores também serão aplicados no metaverso, de forma personalizada. 

Com isso, as marcas podem ganhar força ao se envolver com pessoas que influenciam e contam com seguidores na plataforma.

Por exemplo, as marcas que estão em parceria com plataformas de games podem anunciar os produtos e serviços utilizando chaves de segurança para os usuários, entre uma competição e outra, criando itens e vivências exclusivas e se aproximando desses nichos de forma positiva e impactante.

No entanto, lembre-se que o conteúdo gerado pelo usuário é importante e, portanto, o marketing de influenciadores ajudará e compartilhar materiais dos próprios clientes nesse ambiente também poderá ser uma oportunidade, com as adequações necessárias.

3. Continue experimentando

Apesar de toda a novidade e teorias em torno desse ambiente figital, o marketing metaverso ainda é um conceito em formação.

Embora os profissionais de marketing possam usar os princípios orientadores e as táticas de marketing existentes, o metaverso oferece um enorme espaço para experimentação, criatividade e aprimoramentos.

Mesmo que seja sempre uma boa abordagem seguir métodos testados e comprovados para vender uma churrasqueira pré moldada, também é recomendável experimentar continuamente e adequar as ações conforme o uso da plataforma se apresenta no relacionamento com os potenciais clientes. 

Afinal, esse é um novo canal de comunicação, que trará novas posturas e que demandará uma compreensão sobre como performar no ambiente e as preferências do público – assim como ocorreu com os vídeos rápidos no Tik Tok.

Com tantos novos caminhos, os profissionais da área de marketing e as empresas precisarão redescobrir o que pode funcionar para determinada marca ou produto. 

Conclusão

O metaverso oferece um futuro promissor para marcas, profissionais de marketing e anunciantes que buscam novos caminhos para o mercado. Ainda mais, oferece muito espaço para inovação e experimentação.

Apesar dos desafios, o marketing no metaverso é uma excelente oportunidade para proporcionar experiências imersivas como nunca antes. 

Dessa maneira, as empresas devem estar prontas para o que está por vir. 

Ao começar a pensar na melhor maneira de se envolver com o metaverso, vale lembrar de ser criativo e experimentador, sem esquecer das diretrizes que regem setores específicos, como setores legais e de saúde.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Business Connection, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.